20 e 21 JUL
M/16 teatro 60’
sáb 21h30 e dom 19h00
DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA
de Plínio Marcos
Encenação André Paes Leme (Brasil)
A área cénica é concentrada, mínima. Não há para onde fugir. Os corpos estão aprisionados numa atmosfera que transborda de brutalidade. O diálogo é a fonte principal dessa tensão. Uma tensão que já começa em níveis elevados e que aumenta ainda mais, pouco a pouco, até a sua extinção plena. A intimidade do espaço mergulha o espectador no núcleo da violenta trama, como alguém que acompanha tudo encostado na fina parede do quarto ao lado e nada pode fazer. Diante da crueldade de uma situação limite todos nós somos, possivelmente, arrastados para uma violência desmedida e implacável. Assim é “Dois perdidos numa noite suja”.
Como contraponto desse contexto árido e angustiante, uma doce figura feminina cria um ambiente musical acolhedor através das notas de um violoncelo. A estranheza da sua presença tem como objectivo, além de marcar os diferentes movimentos da trama, gerar uma atmosfera mais delicada e terna que possa expor o facto de que toda aquela explosão de agressividade não é o caminho natural da convivência humana. Apesar de não ser fácil identificar, por trás daqueles tristes homens há algum vestígio de ternura e de paz.
EQUIPA
Autor: Plínio Marcos
Encenação: André Paes Leme
Actores : Miguel Galamba – Tonho
Tiago Quites – Paco
Direcção e execução musical: Beatriz Almeida
Desenho de luz: Paulo Sabino