“LUTAS”com Pedro Branco
Recital intimista

14 Outubro
Sexta 21h00

M/6 Música 
60’

Local: Casa do Coreto
Rua Neves Costa, 45, 1600-532 Lisboa

”Lutas” é um recital intimista, que nos leva numa viagem pelas várias lutas que temos na vida: a sociedade, a amizade, o amor, a própria existência… Proponho, pois, de uma forma interativa, uma caminhada que nos leva à obra tradicional, de José Afonso, de José Mário Branco, de Sérgio Godinho… e também, claro, à minhas canções, que têm feito parte da expressão que vou tendo e que revelam o percurso, as influências, as escolhas, as preocupações, o olhar de alguém que com os outros tem assumido muitas lutas!

Biografia 

Pedro Branco nasceu em Paris em 1965, ainda “Maio de 68” era apenas uma data sem importância. O seu pai, José Mário Branco, estava exilado em França desde 62 e a sua mãe, Isabel Alves Costa, decidira, com apenas 16 anos, ir ter com o que na altura era o grande amor e projeto da sua vida. Em 1968, verificou-se que maio não seria apenas uma data igual a outras tantas e em julho nasce o seu irmão João Branco (figura ilustre da cultura teatral). De lá para cá, passaram-se cinco 25 de “abris”, também eles na altura apenas datas sem importância. Nesse tempo, a infância foi passada entre França e Portugal junto dos avós maternos, com os quais viveu 1 ano depois de ter estado doente ainda bebé. 1974, o tal “25 de Abril” que importa. Resultado: nada ficou como dantes em muitas famílias. Regressa a Portugal, para o Porto, logo nesse ano, interrompendo, portanto, os seus estudos académicos (3ª classe). Vieram os quatro de carro e a imagem da fronteira, ali junto dos montes, nunca mais lhe saiu da cabeça… “Bom demais para a 3ª classe local e mau demais para a 4ª”, decidiu-se que no ano letivo seguinte (1974/75) frequentaria a 3ª classe na Escola da Vilarinha. Sobra-lhe o grande orgulho de não ter deixado que a escola lhe matasse a escrita, como o faz a quase todos os alunos. Entretanto já o pai tinha assumido ficar definitivamente em Lisboa há muito e abraçou o restrito clube dos “pais divorciados”. Algo que não o afligiu muito, pois já os seus avós paternos o eram e naquela altura isso era ainda pior… Em 1979 nasce o Gonçalo, fruto da ligação da sua mãe com o assustador padrasto Manel! 1980, uma zanga sem importância com a mãe, faz com que venha definitivamente para Lisboa, viver com o pai. Chega com “uma mala de cartão” no dia em que os Police tocaram no Estádio do Restelo. Primeiro impacto: a vida iria ser completamente diferente – o pai com uma vida demasiadamente cheia e a carteira demasiadamente vazia, assegurava só o pagamento da casa e dos estudos; o resto (comida, roupa…) seria por sua conta. Daí que tenha sido, ao longo da sua adolescência, condicionado pela grande necessidade de sobrevivência, sem se desviar do seu eterno grande objetivo: ser professor primário, como o avô António Branco. Nesse tempo, a par com inúmeras tentativas de empregos fortuitos de todos os géneros, desde trolha a ajudante de cozinheiro (entre outros), abraçou dois projetos, que se revelaram fundamentais na sua formação: • Oficina de Drama, na Comuna, com João Mota. • Bombo da Festa, grupo de música popular portuguesa, que fundou com colegas. Este grupo atuou em vários pontos do país e participou em programas de televisão. Venceu um concurso da Associação 25 de Abril com uma canção de sua autoria, que viria a integrar um disco comemorativo da Revolução. Utiliza a música e o teatro como parte da sua forma de estar e trabalhar com as crianças, desde o início da sua carreira profissional como professor (1987). Lecionou no Externato As Descobertas, no Jardim Infantil Pestalozzi e por último no Externato Fernão Mendes Pinto, no qual assume, em 2022, a Coordenação Pedagógica. Entre 1992 e 1997 trabalha como editor na Constância Editores, com quem já colaborava externamente na realização de livros escolares. Em 1997 termina a Licenciatura em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação de Lisboa, vertente Educação de Adultos. Durante a sua carreira termina a parte curricular do Mestrado em Educação Artística – Teatro e Educação, pela Escola Superior de Educação de Lisboa. É membro ativo do MEM (Movimento da Escola Moderna) desde 1998, onde efetuou e efetua várias formações, realiza comunicações regulares sob as variadíssimas experiências educacionais e trabalho de sala de aula, nos meios digitais ou localmente nas várias regionais e nos seus congressos anuais. É regularmente convidado a fazer comunicações e dirigir formações também em outras instituições. A Música como percurso de vida, levou-o a atuar, a solo ou em parcerias, em vários espetáculos de música portuguesa, onde se foi revelando. Atuou em muitas salas do país e com bastantes companheiros: José Mário Branco, Francisco Fanhais, Carlos Alberto Moniz, Jorge Palma, Rogério Charraz, João Afonso, Ana Laíns, Beatriz Portugal, Jacqueline Fernandez, Luanda Cozetti, Filipa Pais, Marco Oliveira, entre muitos outros músicos. Em 1994 escreveu e interpretou um recital intitulado “Doze Palavras que se cantam e que se Dizem” (no Teatro da Trindade, teve em cena durante um mês) e o projeto “O Poeta em casa”, ambos espetáculos concebidos para serem apresentados em espaços íntimos, como em casa de pessoas e em espaços privados ou públicos de menor dimensão. Desde então tem-se aventurado na criação e apresentação de recitais de poesia e canções, sozinho ou com outros companheiros: “O Outro Lado”; “Encontro”; “O Silêncio dos Gritos”; “Entrelaçar”; “Saudade em Estar”; “Inesperado”; “Espelho”; “Em verso”; “Que é da vida que corre”; “Amor em trio” de violoncelo, guitarra e piano. Em novembro de 2006, o seu blog “www.daspalavrasquenosunem.blogspot.pt” significou, para ele e para muitos, o início de um grande movimento poético que juntou inúmeras comunidades por esse mundo fora. Foi neste tempo que se assumiu verdadeiramente como escritor e autor. Colabora como letrista com alguns músicos e em 2011 ganha o Prémio Ary dos Santos, para melhor letra original, no festival Cantar Abril de Almada, com o tema feito em parceria com Rogério Charraz “Para, Olha, Escuta e Avança”. Escreveu e lançou até ao momento seis livros: Escolhas, Escolhas2, Outras escolhas, Histórias de meninos e outras malandrices, Juca e a casa das cores e Espera. 

Para teatro escreveu, entre outras, as peças de teatro “A Cela”, “Do amor”, “2pra2”, “Rente”, “O Lugar”, que, mais tarde ou mais cedo, terão mesmo de ser levadas a cena, bem como outras dramaturgias, ainda na gaveta! Levou à cena “Conta-me uma história”, uma peça infantil, escrita e realizada em parceria com Inês Fouto. Dirige grupos de teatro de crianças na escola onde leciona e com eles tem criado várias peças de teatro. 

Dirige o Coro Comunitário da Ajuda, o SuBCoro Infantil na Biblioteca de Alcântara e o Coro das Amigas do Peito. Em 2017 inicia e grava o seu disco “Contigo”, gerindo os afetos e vontades de uma centena de amigos e muitos outros desconhecidos, que o ajudaram a por de pé este projeto para o qual avançou sozinho, sem apoios e sem dinheiro. O disco sairia em 2018 e “está aí para as curvas”. Durante o ano de 2020, com o Alexandre Honrado, compõe e produz para o projeto “Contos de casa” mais de 20 canções infantis, que viria a integrar o Plano Nacional de Leitura: www.contosdecasa.com . Desde 2021 que integra o projeto “Partes”, com Rui Gato, Ricardo Romano e André Pereira, como compositor, tendo composto até ao momento, 45 canções. Continua cheio de projetos e ideias. Escreve quase todos os dias na sua página pessoal de Facebook